A quantidade de casos de hepatite A no estado de São Paulo em 2023 apresentou um aumento alarmante de 144% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde. Entre janeiro e agosto deste ano, foram notificadas 427 infecções, em comparação com as 227 registradas nos primeiros oito meses de 2022. Além disso, houve dois óbitos relacionados à doença, enquanto no ano anterior foi registrado apenas um.
Esse aumento de casos é mais evidente na capital paulista, onde até 28 de setembro, 225 pessoas foram diagnosticadas com hepatite A, conforme alerta epidemiológico do Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde). O crescimento começou em abril, atingiu seu pico em julho, estabilizou em agosto e apresentou uma queda em setembro.
Embora haja um aumento significativo nas notificações, os especialistas ainda não classificam a situação como um surto, pois não foi encontrada uma correlação entre todos os casos simultaneamente. No entanto, a investigação continua.
A falta de informações sobre o perfil dos infectados dificulta a compreensão do motivo desse aumento, mas na cidade de São Paulo, a maioria dos pacientes são homens com idades entre 18 e 39 anos. A transmissão da hepatite A ocorre principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes de uma pessoa infectada, e a transmissão sexual é menos comum.
Os especialistas enfatizam a importância da vacinação como a medida mais eficaz de prevenção. Durante a pandemia de Covid-19, houve um desabastecimento de vacinas contra hepatite A, mas agora é crucial estimular a vacinação, especialmente em pessoas suscetíveis à infecção. A vacinação está disponível na rede pública para crianças de 1 a 5 anos e adultos elegíveis com duas doses em um intervalo de seis meses. Pessoas fora desses grupos podem buscar a imunização na rede privada, com custos variando entre R$ 150 e R$ 300 por dose na cidade de São Paulo.