-Transporte de pacientes em Itapeva enfrenta sérias deficiências
O transporte de pacientes em Itapeva, especialmente aqueles que precisam se deslocar para outras cidades em busca de tratamento especializado, está enfrentando uma grave crise. Denúncias constantes recebidas por nossa equipe apontam para condições preocupantes dos veículos usados pela Secretaria Municipal de Saúde, expondo pacientes e motoristas a riscos significativos. A pergunta que não quer calar: onde estão as ambulâncias?
Entre os casos mais alarmantes, está o de uma senhora com problemas pulmonares que ficou sem oxigênio durante uma viagem para São Paulo. O veículo precisou ser substituído, e o oxigênio disponível não foi suficiente, colocando a vida da paciente em perigo. Este é apenas um dos muitos relatos que escancaram a precariedade do sistema de transporte de saúde em Itapeva.
Pacientes que já enfrentam o desafio de se tratar fora do município, seja por falta de especialidades médicas ou equipamentos adequados, agora lidam também com veículos sucateados e a escassez de ambulâncias. Além dos riscos à saúde dos pacientes, os motoristas também são vítimas dessa situação, forçados a lidar com falhas mecânicas durante as viagens.
Um exemplo recente envolve um veículo que, durante o trajeto, apresentou uma pane no meio da rodovia. O problema obrigou o motorista a parar e tentar consertar o carro na estrada. Outros relatos apontam para veículos com portas danificadas, permitindo a entrada de vento frio durante as madrugadas, e pacientes idosos sendo transportados em carros comuns, por falta de ambulâncias adequadas.
Com quase 90 mil habitantes, Itapeva conta com apenas duas ambulâncias em funcionamento. Os veículos são pequenos, e quando é necessário transportar um acompanhante, a situação se agrava ainda mais, com pacientes se referindo a elas como “mini ambulâncias” devido ao espaço reduzido.
Em entrevista à nossa equipe, o secretário da saúde, Nilberto Carpes, conhecido como Beto, reconheceu as dificuldades, e tratou com respeito a imprensa. Segundo ele, a frota de ambulâncias é insuficiente, com apenas duas disponíveis, enquanto outras estão em manutenção. Beto admitiu que algumas ambulâncias, mesmo após serem consertadas, retornam com defeitos, complicando a logística do transporte de pacientes.
O secretário destacou a alta demanda por viagens, especialmente para o tratamento de hemodiálise, que sobrecarrega o sistema. Para contornar a situação, o município tem recorrido à terceirização de veículos em casos de emergência. Ele também afirmou que havia um plano para renovar a frota, mas a proposta foi adiada devido ao alto custo e ao fim da atual gestão. Apesar das dificuldades, Beto assegura que as solicitações feitas com antecedência estão sendo atendidas, embora reconheça que demandas de última hora apresentam desafios.
A crise no transporte de pacientes de Itapeva precisa de soluções urgentes, já que a vida e o bem-estar de centenas de cidadãos estão em jogo. A população aguarda respostas concretas e ações efetivas das autoridades.