O estado de São Paulo abriga uma diversidade cultural rica e entre suas comunidades, os quilombolas têm ocupado um lugar importante. Dados inéditos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que Itapeva se encontra na 9ª posição no ranking estadual, com um total de 357 moradores quilombolas em uma população de 89.728 habitantes.
De acordo com o Censo do IBGE, esses números representam menos de 1% da população da região de Itapetininga. Além disso, é a primeira vez que o levantamento inclui perguntas específicas para identificar pessoas que se autodenominam quilombolas, demonstrando uma preocupação em mapear e entender essa importante parcela da sociedade.
Ainda segundo o Censo, pouco mais de 7,6% das cidades da região de Itapetininga abrigam comunidades quilombolas. A lista das cidades com maior concentração dessas comunidades, em ordem crescente, inclui Capão Bonito, Itararé, Pilar do Sul e Itapeva (SP), em suas respectivas posições.
O município de Pilar do Sul ocupa o 19º lugar no ranking, com uma população de 86 quilombolas. Em 20º lugar está Itararé, com 82 moradores quilombolas, enquanto Capão Bonito fica em 23º lugar, com 42 pessoas quilombolas, de acordo com os dados do Censo.
Confira o ranking estadual completo:
1. Eldorado: 2245
2. Iporanga: 1424
3. Ubatuba: 1371
4. Barra do Turvo: 1219
5. São Paulo: 744
6. São Roque: 532
7. Cananéia: 501
8. Iguape: 379
9. Itapeva: 357
10. Itaoca: 302
11. Agudos: 275
12. Itatiba: 182
13. Rio Claro: 171
14. Campinas: 158
15. Jacupiranga: 133
16. Salto de Pirapora: 120
17. São Bento do Sapucaí: 111
18. Cajati: 101
19. Pilar do Sul: 86
20. Itararé: 82
21. Guarujá: 67
22. Registro: 65
23. Capão Bonito: 42
24. Miracatu: 39
25. Guaratinguetá: 33
26. Taboão da Serra: 30
27. Bom Jesus dos Perdões: 26
28. Mongaguá: 24
29. Capivari: 24
30. Taquaritinga: 20
31. Sete Barras: 17
32. Barrinha: 9
33. Barra do Chapéu: 9
34. Junqueirópolis: 8
35. São Joaquim da Barra: 5
36. Pariquera-Açu: 1
37. Juquiá: 1
38. Caconde: 1
As comunidades quilombolas têm um significado histórico importante. Originalmente, os quilombos eram espaços de liberdade e resistência, onde viviam comunidades de pessoas escravizadas fugitivas entre os séculos XVI e XIX. A Constituição de 1988 reconheceu essas comunidades como “comunidades remanescentes de quilombos” e, ao longo dos anos, o termo foi substituído pelo uso de “quilombolas”.
Ser uma pessoa que se autodeclara quilombola representa laços históricos e ancestrais de resistência com a comunidade e com a terra em que vivem. A pesquisa do IBGE mostrou que mais de 30% das cidades do país possuem moradores quilombolas, totalizando mais de 1,3 milhão de pessoas espalhadas em quase 1,7 mil cidades em todas as regiões do Brasil e em quase todos os estados.
O Censo do IBGE é uma importante pesquisa que traça um perfil socioeconômico do país, coletando dados sobre a população brasileira. No total, mais de 79 milhões de questionários foram respondidos, revelando informações valiosas sobre a população e suas características.