-Polícia chegou a jogar spray de pimenta dentro do plenário.
Em uma sessão conturbada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), o projeto de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi aprovado por uma votação expressiva de 62 a 1. O boicote da oposição, em protesto contra a repressão policial durante manifestações, contribuiu para o placar, que foi prioridade para o governador Tarcísio de Freitas, alcançando uma vitória significativa já no primeiro ano de seu mandato.
Apesar de ser um trunfo simbólico, a aprovação ainda necessita do aval da Câmara Municipal de São Paulo. A oposição argumenta inconstitucionalidade e planeja recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A deputada Delegada Graciela (PL) foi a única a votar contra o projeto, destacando-se como possível concorrente à prefeitura de Franca no próximo ano.
A sessão foi marcada por tumultos, confrontos entre a Polícia Militar e manifestantes, e a suspensão temporária dos trabalhos. Após a retomada, deputados de partidos como PT, PC do B, PSOL, PSB, PDT e Rede se ausentaram do plenário em repúdio aos acontecimentos.
O governador Tarcísio de Freitas comemorou a aprovação nas redes sociais, ressaltando a coragem dos parlamentares que enfrentaram adversidades. Contudo, a mudança no controle acionário da Sabesp já enfrenta resistência judicial, com deputados contrários à privatização prometendo recorrer ao STF.
O projeto agora aguarda a análise da Câmara Municipal de São Paulo, enquanto o governo planeja dialogar com os 375 municípios atendidos pela Sabesp sobre a renovação do contrato de concessão até 2060.
Desde sua tramitação na Alesp, o projeto provocou sessões acaloradas, manifestações contrárias e greves unificadas, tornando-se um ponto de forte controvérsia na política estadual. O governador reiterou sua determinação de conceder a Sabesp à iniciativa privada em 2024, apesar da resistência dos trabalhadores.