A sessão da Câmara Municipal realizada na quinta-feira (4) foi marcada por forte tumulto entre pais, professores eventuais e representantes da Secretaria Municipal da Educação. O protesto ocorreu após a apresentação de um projeto de lei que, segundo os manifestantes, altera a contratação de profissionais que atendem alunos com deficiência nas escolas municipais, substituindo professoras eventuais por monitores com carga horária maior e salário menor.
A reportagem conversou com a professora eventual Beth Camargo, que participou da manifestação, e com a secretária municipal da Educação, Geni, que também esteve presente na Câmara e afirma ter sido alvo de agressões verbais e físicas. A prefeita Adriana Duch comentou o caso e justificou a restrição de acesso de alguns manifestantes à reunião realizada no Paço Municipal nesta sexta-feira (5).
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Professora relata “perseguição” e contesta mudança na legislação
Segundo a professora eventual Beth Camargo, a mobilização dos profissionais começou após tomarem conhecimento de forma repentina da tramitação de um projeto que, segundo ela, não foi amplamente discutido.
“Fizeram tudo na surdina. Já levaram a lei para a Câmara e muitos vereadores alegaram que nem leram antes de votar. A indignação maior é que querem contratar monitores no lugar de professoras eventuais, pagando menos e exigindo apenas ensino médio e um curso de 80 horas”, afirmou.
Beth argumenta que cerca de 700 professoras eventuais atuam hoje com crianças com deficiência e que a substituição por monitores sem formação pedagógica adequada poderá prejudicar o atendimento.
“Muitas de nós trabalhamos há anos com as mesmas crianças. Como ficar com três alunos especiais ao mesmo tempo, sendo um deles não verbal? Isso revoltou todas as mães. Criamos um grupo de WhatsApp e fomos à Câmara reivindicar”, disse.
A professora também afirmou que, nesta sexta-feira, foi impedida de trabalhar e escoltada pela Guarda Civil Municipal ao sair da escola onde atuava.
“Fui tratada como criminosa. A GCM me acompanhou até o portão, e fui informada que seria desligada e que, se trabalhasse hoje, não receberia. Isso é assédio moral”, declarou.
Beth também contesta a acusação da secretária da Educação, que a teria acusado de agressão verbal e física:
“Tem filmagem. Não agredi ninguém. A live da Câmara foi desligada quando começamos a protestar, mas há vídeos do público. Quero saber onde está a prova.”
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Secretária da Educação afirma ter sido agredida e registra boletim de ocorrência
A secretária municipal da Educação, Geni, apresentou uma versão completamente diferente. Em entrevista, ela afirmou que foi ao Legislativo por conta própria para dialogar com pais e professores, mas que o ambiente se tornou hostil.
“As pessoas não estavam ali para ouvir, e sim para tumultuar. Meu nome foi xingado diversas vezes de forma vexatória”, relatou.
Geni afirma ter sido agredida ao final da sessão:
“Uma professora eventual começou a provocar o público e, quando me viu, bateu o joelho no meu joelho e me dirigiu uma palavra de baixo calão. Isso não posso deixar passar. Registrei boletim de ocorrência e vou representar.”
Ela também explicou por que Beth foi impedida de trabalhar nesta sexta-feira:
“Não foi a GCM que retirou ela. Eu mesma determinei que ela não poderia atuar hoje, pois um professor eventual só pode ser chamado pelo diretor, e não vou admitir esse tipo de comportamento dentro das escolas.”
Apesar de negar que a GCM tenha sido enviada para barrar a professora, a secretária confirmou que havia uma viatura no local.
“Ela entrou na escola, conversou com a direção e foi informada que não receberia caso permanecesse trabalhando hoje.”
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Prefeita Adriana Duch diz que acesso à prefeitura é livre, mas defende restrição após tumulto
A prefeita Adriana Duch também se manifestou sobre o ocorrido. Ela afirmou que o prédio da prefeitura permanece aberto ao público, mas justificou a restrição de acesso de alguns participantes à reunião desta sexta-feira (5), que discutiu o atendimento às crianças com deficiência.
“Todas as pessoas têm livre acesso à prefeitura. Mas, devido ao descontrole na Câmara, especialmente por parte de quem estava diretamente ligado ao tumulto, algumas pessoas não puderam participar da reunião para garantir a tranquilidade dos trabalhos.”
Adriana também mencionou que um crime teria ocorrido na sessão legislativa, que estaria sendo investigado, e reforçou que a reunião desta sexta-feira foi produtiva:
“Ouvimos pais, vereadores e a equipe técnica. A prioridade é melhorar o atendimento às crianças com deficiência.”
Matéria por: Paulo Ribeiro






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