Fonte g1 Itapetininga e Região
Eduardo de Freitas, atualmente réu por envolvimento na morte da influencer Carol Pascuin em Sorocaba (SP), agora enfrenta acusações de estupro de vulnerável. Um boletim de ocorrência foi registrado em Itapeva (SP) após o suposto abuso sexual contra uma criança de dois anos. O suspeito nega todas as acusações, declarando-se vítima de uma monstruosidade.
De acordo com o relato contido no boletim de ocorrência, os pais da criança notaram uma mudança no comportamento do menino depois que ele ficou sozinho com o suspeito, que é parente da vítima. Assim que chegaram em casa, a criança revelou o abuso à família. O crime teria ocorrido em 10 de julho na residência de outro familiar da vítima, e o boletim de ocorrência foi registrado dois dias depois. O pai da criança relatou que o suspeito visitava a família anualmente, apesar de suas objeções.
“No passado, eles sempre insistiam que deixássemos a criança com ele. Sentíamos compaixão e acabávamos cedendo. Nunca poderíamos esperar por uma situação como essa”, comentou o pai.
No dia do ocorrido, quando o casal retornou após uma ou duas horas, a criança estava quieta e ofegante. “Até então, não suspeitávamos de nada”, disse o pai. “Depois, na noite seguinte, a criança começou a reclamar de dores. Foi quando desconfiamos. Recordamos que ele [Eduardo] disse que a criança queria usar o banheiro, e ele a acompanhou”, relembrou.
Segundo o pai, a criança voltou a urinar na cama e a defecar nas calças após o incidente. Ela foi atendida na Santa Casa de Itapeva, e, após a confirmação do abuso pela equipe médica, foi encaminhada ao Conselho Tutelar para os devidos procedimentos, incluindo o registro da ocorrência.
“Há três dias que não conseguimos dormir, a criança está agitada. Parece que roubaram nosso filho e colocaram outro em seu lugar”, desabafou o pai.
Ele também solicitou uma medida protetiva para o filho, afirmando que conhece a índole do suspeito, que costuma silenciar suas vítimas. A família aguarda o resultado de um exame realizado no Instituto Médico Legal (IML), previsto para ser concluído nos próximos 30 dias. O pai da criança abusada também relatou que o suspeito tentou entrar em contato com ele insistentemente, mas suas chamadas não foram atendidas. O acusado reside no litoral de São Paulo.
Questionado sobre as acusações, Eduardo de Freitas negou veementemente a situação, classificando-a como uma monstruosidade. No entanto, ele não se pronunciou sobre quais medidas pretende tomar em relação à denúncia.
- Relembre o caso
“Jovem é encontrada morta em seu apartamento em Sorocaba; ex-padrasto é o principal suspeito”
Em 13 de novembro de 2021, Anna Carolina Pascuin Nicoletti, uma vendedora de 24 anos, foi encontrada morta em seu apartamento no bairro Wanel Ville, em Sorocaba. O local estava revirado, porém sem sinais de arrombamento, com a porta destrancada e sem os celulares e computadores da vítima.
Eduardo de Freitas, ex-padrasto de Anna Carolina, foi denunciado como o principal suspeito do crime. Embora tenha sido preso temporariamente por 60 dias, a Justiça não decretou sua prisão preventiva, resultando em sua libertação. No entanto, ele se tornou réu por homicídio qualificado.
A vítima relatou à mãe que havia sofrido abusos sexuais por parte de Eduardo desde os 14 anos, mas esses supostos abusos não foram denunciados à polícia na época. Após a separação da mãe de Anna Carolina, Eduardo passou a perseguir a jovem. A Polícia Civil encontrou uma anotação em um aplicativo espião nos dispositivos do réu, indicando sua obsessão e comportamento invasivo.
Durante o período em que Anna Carolina ainda morava em Pilar do Sul (SP), Eduardo invadiu sua casa, enviou fotos dos cômodos e mensagens quando suspeitou que ela estivesse com outra pessoa. A bolsa dela também foi levada, mas depois devolvida. Após a mudança da jovem para Sorocaba, Eduardo criou um perfil falso e se passou por cliente para visitá-la na loja onde trabalhava, segundo relatos da família.
A defesa de Eduardo afirmou que as mensagens enviadas a Anna Carolina eram de “preocupações paternas”. Após o crime, a Justiça proibiu o réu de manter contato ou se aproximar dos familiares da vítima, impondo uma distância mínima de 100 metros sob pena de prisão cautelar.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) revelou que a vítima foi atingida por um disparo de arma de fogo na testa, sem a saída do projétil. A arma do crime não foi encontrada.