No último dia 21 de julho, a Justiça expediu um mandado de prisão contra Eduardo de Freitas, ex-padrasto, acusado de estuprar uma criança de dois anos em Itapeva (SP). Além disso, ele também é réu em um processo relacionado ao homicídio da influencer Carol Pascuin, ocorrido em Sorocaba (SP) no ano de 2021. O acusado negou as alegações em ambos os casos.
A prisão preventiva foi solicitada pela 1ª Vara Criminal de Itapeva em 20 de julho, e tem como objetivo garantir o bom andamento do processo, bem como evitar que Eduardo atue fora da lei. No entanto, até o momento desta sexta-feira (28), o mandado ainda não havia sido cumprido.
O crime de estupro teria acontecido em 10 de julho, na casa de um parente da vítima. Após ficar sozinho com a criança, os pais perceberam uma mudança em seu comportamento e, ao ser questionada, a vítima relatou o abuso sofrido. O boletim de ocorrência foi registrado dois dias após o ocorrido.
O pai da criança abusada relatou que o suspeito costumava visitar a família pelo menos uma vez por ano, e que ele tentou contato insistente após o incidente. A família pediu medidas protetivas para o filho, pois conhece o histórico do acusado, que costuma silenciar as vítimas.
Eduardo de Freitas negou as acusações em entrevista ao g1, afirmando ser vítima de uma “monstruosidade”, mas não revelou quais ações tomará em relação à denúncia.
Os detalhes do caso continuarão a ser acompanhados pelas autoridades para garantir a segurança e a justiça em ambos os processos envolvendo o acusado.
Relembre o caso
Tragédia em Sorocaba: Jovem influencer encontrada morta em seu apartamento
No dia 13 de novembro de 2021, a vendedora Anna Carolina Pascuin Nicoletti, conhecida como Carol, de 24 anos, foi encontrada sem vida em seu próprio apartamento no bairro Wanel Ville, em Sorocaba. O corpo apresentava um ferimento de tiro na cabeça, e o local estava completamente revirado. Surpreendentemente, os celulares e computadores da vítima não foram encontrados, embora não houvesse sinais de arrombamento, já que a porta estava destrancada.
O principal suspeito do crime é Eduardo de Freitas, ex-padrasto de Carol, que chegou a ser denunciado pela morte da jovem. Ele foi preso temporariamente por 60 dias, mas a Justiça não decretou sua prisão preventiva, o que resultou em sua soltura, apesar de se tornar réu por homicídio qualificado.
Antes do trágico desfecho, a jovem havia revelado à mãe ter sofrido abusos sexuais por parte do então padrasto desde os seus 14 anos. A situação veio à tona quando ela já tinha 18 anos, mas, infelizmente, os supostos abusos não foram denunciados à polícia na época.
Após a separação da mãe de Carol, Eduardo passou a perseguir a jovem, o que intensificou ainda mais as suspeitas contra ele. A Polícia Civil analisou os aparelhos do réu e encontrou uma anotação em um bloco de notas de um aplicativo espião, conhecido como “spyware” ou “stalkerware”.
As investigações revelaram que, quando Carol ainda morava em Pilar do Sul (SP), o suspeito invadiu sua casa e passou a enviar fotos dos cômodos e mensagens, suspeitando que ela estivesse com outra pessoa. Além disso, a bolsa da jovem teria sido levada e, posteriormente, devolvida.
Ao se mudar para Sorocaba, em uma tentativa de escapar do assédio, a vítima foi surpreendida quando o ex-padrasto criou um perfil falso e se passou por um cliente para visitá-la na loja onde trabalhava.
A defesa de Eduardo alega que ele enviava mensagens por “preocupações paternas”, mas a gravidade dos acontecimentos é notável.
Após o crime, a Justiça determinou que o réu não poderia manter contato nem se aproximar dos familiares da vítima, com uma ordem de distância mínima de 100 metros, sob pena de prisão cautelar.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) revelou que Carol foi atingida por um disparo de arma de fogo na testa, e o projétil não apresentava saída. Contudo, a arma utilizada no crime ainda não foi encontrada, o que contribui para as complexas investigações desse triste episódio.